Organizador: Ana Paula Sampaio Caldeira, Débora Dias e Douglas Attila Marcelino
ISBN: 9788580546378
Páginas: 302
Publicação: 2024
Encadernação: Brochura
Sinopse
Esta coletânea de estudos aborda formas diversas de uso do passado, particularmente no que concerne à sua constituição como passado histórico. Ressaltando a historicidade das práticas relativas à memória histórica, seus artigos partem de um recorte espacial ampliado, que ultrapassa a fronteira brasileira e engloba pesquisas sobre Portugal e sobre países africanos (ou acerca das relações entre eles).
“A escrita da história em rotas atlânticas II: cultura escrita, intercâmbios intelectuais e leituras do passado é uma notável contribuição que, tal como seu primeiro volume, visa não apenas preencher uma lacuna historiográfica, mas também remediar insuficiências comunicativas desta já longa travessia entre Brasil e Portugal.
Destarte, abre o livro uma importante apresentação da pena dos organizadores, Ana Paula Sampaio Caldeira, Débora Dias e Douglas Attila Marcelino. Nela, além do detalhamento do plano da obra, encontram-se reflexões teóricas e metodológicas que explicitam as principais orientações do projeto. Entre elas, destacam-se, sob meu ponto de vista, duas considerações de natureza epistemológica: a primeira, que compõe o próprio título do prólogo, é a noção de história da historiografia, entendida como campo de pesquisa que não se limita a catalogar autores e obras, mas que parte de problemas historiográficos, que se definem como modos de reconstituição e busca de entendimento de diferentes regimes de historicidade.
Esse modo de tratar tudo o que envolve a produção do conhecimento histórico (especialmente as formas de sua representação entre as quais se sobressaem o potencial e limites da escrita da história) correlaciona-se fortemente à segunda consideração que se depreende do texto de abertura: uma reflexão sobre a teoria da história. Nesta obra coletiva a meditação acerca da condição histórica não é apenas um recurso retórico para encobrir dados empíricos de antemão definidos, mas sim uma abordagem que aprecia as incertezas e limitações do ser humano em sua própria finitude. A teoria da história subentendida aqui busca, dessa maneira, abordar as situações existenciais que permitem que a história aconteça.”
Temístocles Cezar/UFRGS
Sumário
Prefácio: Considerações teórico-metodológicas de uma travessia inconclusa entre nações
Temístocles Cezar
Uma história da historiografia para além das “robinsonadas” (ou os descaminhos das “rotas atlânticas”)
Ana Paula Sampaio Caldeira, Débora Dias e Douglas Attila Marcelino
Usos do passado histórico, autoritarismos e cultura escrita
Experiência de leitura do Prólogo à História da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal (1852), de Alexandre Herculano: ensaio sobre os usos políticos do passado e o ponto de vista histórico
Evandro Santos
As muitas faces da correspondência: escrita da História e cultura impressa no itinerário epistolar de João Cruz Costa e Joaquim de Carvalho
Débora Dias
A História sob “generoso tronco lusitano”: convergências políticas e intercâmbios luso-brasileiros na cultura escrita em contexto autoritário
Gisella de Amorim Serrano, Mariana Tavares e Nuno Medeiros
Deslocamentos intelectuais e reflexões sobre a História
Mircea Eliade em Portugal: a (e)vocação do passado
Francisco Palomanes Martinho
Por um Império da Flor de Lis. Ou sobre os não europeísmos universalistas e utópicos da cultura popular tradicional luso-afro-ameríndio-brasileira
Amon Pinho
Circulação dos impressos, internacionalismo e epistemologias
Autodidatismo, Livros e Leituras Libertárias em Portugal e no Brasil
Adelaide Gonçalves
Para a história da circulação de impressos e leituras libertárias em Portugal e no Brasil no século XX
Allyson Bruno Viana
Mensagem, Présence Africaine, Black Orpheus: epistemologias africanas, redes internacionais e a renovação do ambiente literário (década de 1960)
Noemi Alfieri
Entrevista
Diálogos com Fernando Catroga: a geografia dos afetos de um intelectual luso-brasileiro
Ana Paula Sampaio Caldeira, Débora Dias e Douglas Attila Marcelino
Sobre os autores
Índice remissivo
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