Autora: Ana Cristina Magalhães Jardim
ISBN: 978-85-8054-714-6
Páginas: 442
Publicação: 2025
Encadernação: Brochura
Sinopse
A autora explora, com primor, a versatilidade do gênero biográfico neste livro. A adoção dos métodos genealógicos e etnográficos contribui para a originalidade e o brilho do trabalho. A origem de tudo está na pesquisa realizada sobre a vida de Maria Doroteia Joaquina de Seixas, a Marília de Dirceu, que também resultou em um livro. No entanto, não é apenas a escolha do tema que aproxima as duas obras. Nelas, evidencia-se a ousadia da adoção de uma perspectiva inovadora, que transcende as formas mais canônicas de recorte cronológico.
A opção pelo restabelecimento da história de uma família, partindo de Portugal, passando por Vila Rica, entre 1736 e 1820, permitiu à autora trabalhar evento e contexto, atenta às durações temporais realmente significativas para seu objeto de pesquisa, em uma perspectiva em que personagens e situações históricas se iluminam mutuamente. O trabalho é indispensável para o entendimento dos processos que levaram à constituição das famílias de prestígio na América portuguesa e de como elas se aproximaram ou se distanciaram do modelo societário do reino lusitano.
A abordagem genealógica é enriquecida pela adoção de uma perspectiva transcontinental entre a Europa e as Américas. O caso exemplar é o do oficial militar Bernardo da Silva Ferrão, o patriarca da família, nascido em Santarém e que serviu à Coroa no Alentejo, passando em seguida por Montevidéu, circulando por Pernambuco e Rio de Janeiro antes de se fixar nas Minas Gerais. As mercês concedidas pela Coroa e as estratégias matrimoniais mostram-se como instrumentos fundamentais ao processo de nobilitação dos Silva Ferrão na colônia portuguesa da América.
Com uma pesquisa documental abrangente e uma capacidade interpretativa que o situa entre os melhores trabalhos que discutem a estratificação social do Antigo Regime no Império português, o livro é uma contribuição decisiva para o entendimento do “aquém” e, sobretudo, do “além-mar” lusitano ao longo do século XVIII e das primeiras décadas do XIX.
Andrea Lisley
Sobre o autor
Ana Cristina Magalhães Jardim
Doutora (2020) e mestre em História (2014) pelo Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Especialista em Cultura e Arte Barroca (2005-2006) pelo Instituto de Filosofia, Artes e Cultura da (UFOP). Licenciada em História pelo Instituto de Ciências Humanas e Sociais da (UFOP). Premiada como pesquisadora bolsista da Biblioteca Nacional (2009-2010)
Sumário
Agradecimentos
Prefácio
Introdução
Capítulo 1
Nobreza civil, clientelismo e formação familiar
1.1 Mercê: “pedir, dar e receber”
1.2 Provanças: a Mesa de Consciência e Ordens
1.3 Limpeza de sangue: Familiar do Santo Ofício
1.4 Concessão de terras e sesmarias
1.5 Clientelismo, Patriarcalismo e ascendência
1.6 Patriarcalismo e família em Minas Gerais
1.7 Famílias “fundadoras”
Capítulo 2
A descendência e o “modo de viver à lei da nobreza”
2.1 Descendência
2.1.1 Infância e puberdade
2.1.2 Deveres dentro da família
2.2 Compadrio, matrimônio e redes clientelares
2.2.1 “Compadre Governador”
2.3 Papel das mulheres na sociedade do século XVIII
2.4 Casamento e redes clientelares
2.4.1 Casamentos: “dar estado” às filhas
2.4.2 Izabel Feliciana Narcisa de Seixas
2.4.2.1 Anna Sanches de Seixas da Silva e Ávila [Brandão]
2.4.2.2 Francisco Teobaldo Sanches Brandão
2.4.2.3 Antônia, Joana e Maria Tereza
2.4.2.4 Beatriz Francisca de Assis Brandão
2.4.3 Maria Doroteia Joaquina de Seixas (primeira no nome)
2.4.3.1 Maria Doroteia Joaquina de Seixas (segunda no nome): “Marília de Dirceu”
2.4.3.2 Anna Ricarda Casimira de Seixas
2.4.3.3 José Carlos Mayrink da Silva Ferrão
2.4.3.4 Emerenciana Joana Evangelista de Seixas
2.4.3.5 Francisco de Paula Mayrink
2.4.4 Antônia Cláudia Casimira de Seixas
2.4.5 Joana Rosa Marcelina de Seixas
2.5 Celibato
2.6 Irmãs da Ordem Terceira de São Francisco de Assis
Capítulo 3
Glória e honra de filhos e filhas
3.1 Educação e Ilustração no século XVIII
3.1.1 Letramento e ofício
3.1.2 “Sendo a ciência nos filhos glória e honra para eles e gosto para os pais”
3.2 Herdeiros no reino
3.2.1 Primogênito: Bacharel em Leis e Desembargador do Paço
3.2.2 O filho clérigo
3.2.3 Bacharel nas Minas Gerais e Escrivão de receitas e despesas
3.4 Herdeiro dos “serviços” do pai
3.5 Disputa pela partilha de bens
3.5.1 Embargos
3.5.2 Testamentos e inventários post mortem
3.6 Acusação: embargos de partilha de bens
3.7 Inventários constantes do processo de litígio
3.8 Defesa: “sendo a ciência nos filhos glória e honra para eles e gosto para os pais”
Capítulo 4
“Viver à lei da nobreza” em vila rica no século XVIII
4.1 Nobreza portuguesa no século XVIII
4.1.1 Nobreza de sangue ou civil (política)
4.1.2 Era a nobreza uma “elite” militar?
4.2 Nobreza na América Portuguesa
4.2.1 Hierarquias do modo de “viver à lei da nobreza”
4.2.2 “Viver à lei da nobreza”: Vila Rica
4.2.3 A vila: localização, urbanização, administração
4.2.4 Abastecimento: escassez e conforto
4.2.5 Uma confortável casa de fazenda
4.2.5.1 Móveis, louças, prataria e talheres do cotidiano
4.2.5.2 “Países”, quadros e livros
4.2.5.3 Estrebaria: cavalos, seges e ferros
Considerações finais
Bibliografia
Produzimos livros elaborados com cuidado e publicados com profissionalismo, atendendo ao público acadêmico. Além disso, temos a Tracinho / Traço Jovem: um selo infanto-juvenil destinado às crianças e jovens.