Autoria: Georgina Santos ; Elisa Garcia (organizadoras)
Editora: Fino Traço Editora
ISBN: 9786589011040
Páginas: 175
Publicação: 2021 2ª Edição
Encadernação: Brochura
Sinopse
A elaboração do conceito de gênero pela Antropologia, na década de 60, do século XX, reformulou a concepção dos historiadores sobre as relações familiares e parentais. O novo instrumental teórico permitiu a desnaturalização dos papéis sociais desempenhados por homens e mulheres e por isso promoveu a construção de um novo olhar sobre a atuação das mulheres na esfera social. Inspirado pelo movimento feminista, este giro fez deslocar a atenção dada até então às figuras femininas de vulto para as mulheres anônimas, estimulando a corrida dos historiadores dos períodos moderno e contemporâneo aos arquivos, em busca de acervos documentais capazes de trazer à luz personagens que estavam à sombra da narrativa histórica , mas presentes na construção da realidade objetiva desde sempre. As vozes caladas pela memória culta e oficial soaram então com firmeza, revelando crenças, dores, medos, expectativas, enunciando rupturas e mudanças de mulheres diferentes entre si, apartadas pela condição civil, econômica e jurídica. Responsáveis por seu próprio sustento ou à mercê de algum tutor masculino, muitas dessas figuras femininas foram marcadas por uma trajetória de vida acidentada, interrompida abruptamente pelas mãos da Justiça ou de um amor violento, outras fizeram das agruras cotidianas oportunidades de crescimento e resistência, outras tantas sucumbiram ao juízo severo da sociedade patriarcal. Este e-book trata do primeiro grupo. Analisa, sobretudo, mulheres capazes de negociar ou de negar as idealizações as quais o feminino esteve sujeito no imaginário social, com a ajuda das instituições do Estado e da Igreja. Em sua maioria, estão na contramão dos discursos médico, jurídico e religioso, sempre incansáveis na desqualificação das competências intelectuais, emocionais e espirituais femininas. É decerto um produto do PPGH-UFF. Revela os temas que privilegia e acolhe. O gênero é invocado aqui para pensar a alteridade e as lutas sociais pela emancipação feminina. É, certamente, uma herança de sua precursora no PPGH: Rachel Soihet, fundadora do Nuphec. Este e-book é organizado em sua homenagem.
Sumário
Apresentação
“Fora do talho e medida”: perfis femininos no Auto dos Cantarinhos de António Prestes (séc. XVI)
Vanessa Gonçalves Bittencourt de Souza
As mulheres indígenas na formação do Brasil: Historiografia, agências nativas e símbolos nacionais
Elisa Frühauf Garcia
Mulheres neoconversas perante o Santo Ofício: como resistir ao Monstrum horrendum?
Angelo Adriano Faria de Assis
Costurando fragmentos Cristãs-novas da Bahia e a rota sefardita no século XVIII
Ademir Schetini Júnior
Véus de Heresia: freiras e donatas nas malhas da Inquisição portuguesa (século XVIII)
Georgina Silvados Santos
Mulheres indígenas e política no Brasil oitocentista: o caso de Damiana da Cunha
Suelen Siqueira Julio
A Santa Negra do Cariri: racismo e devoção no Ceará do pós-abolição
Daniela Márcia Medina Pereira Agapto
Maria de Fátima Pinho
As rainhas do maxixe: gênero e raça no teatro de revista carioca (1889-1920)
Juliana da Conceição Pereira
“Sertanejas defloradas”: ideias de modernidade, convenções de gênero e insubmissões femininas em processos de sedução no sertão da Bahia
Tânia Mara Pereira Vasconcelos
Entrevista com Rachel Soihet para o livro Mulheres no Mundo Atlântico 29/11/2020
Produzimos livros elaborados com cuidado e publicados com profissionalismo, atendendo ao público acadêmico. Além disso, temos a Tracinho / Traço Jovem: um selo infanto-juvenil destinado às crianças e jovens.