Autores: Carlos Roberto Horta
ISBN: 978-85-8054-697-2
Páginas: 440
Publicação: 2025
Encadernação: Brochura
Este trabalho estuda práticas de formação profissional e de formação política organizadas em Betim, Minas Gerais, dirigidas por trabalhadores e militantes, em uma trajetória de solidariedade e resistência nas fábricas. O período é o da retomada dos movimentos sociais, do desgaste da ditadura militar, com as greves operárias que fortaleceram a oposição sindical. Um grupo de trabalhadores chamado Mutirão organizou o acolhimento aos que haviam sido demitidos nas greves, manifestando seu projeto de construir uma oficina-escola a fim de dar a eles emprego e avançar para o fortalecimento da oposição sindical. A experiência desenvolve a formação profissional e a conscientização, se articula com os movimentos comunitários e com a igreja católica progressista, no objetivo de fazer avançar a luta popular. Parte da experiência é desenvolvida na preparação e no desencadeamento das greves de 1978 e 1979, que propiciaram aos trabalhadores a sua visibilidade na imprensa, e funcionaram como educação para os moradores dos bairros operários da região, fazendo avançar o seu papel na consolidação da cidadania. A experiência adquirida nas lutas no interior das fábricas é extremamente importante para esta perspectiva, por ter significado um processo permanente de educação do educador e de vivência nas práticas da solidariedade. A construção de uma escola de educação operária, suas relações com os moradores do bairro e com o sindicalismo italiano constituem o foco principal deste trabalho.
Sumário
Prefácio
Pedagogia da práxis operária
Juarez Guimarães
Apresentação e agradecimentos
Capítulo 1
Introdução – trabalhadores e educadores
1.1 Trabalho, saber e poder
1.2 Sobre a metodologia utilizada
1.3 Transição para a discussão propriamente dos métodos
1.4 A pesquisa
Capítulo 2
Classe trabalhadora, saber e poder
2.1 Classe e formação
2.2 As lutas e o saber na produção da política
2.3 Sujeito político, trabalho e luta
2.4 A construção do saber das classes trabalhadoras
Capítulo 3
A classe trabalhadora e as lutas contra o autoritarismo
3.1 Antecedentes: a região de Betim, a industrialização e a formação da classe trabalhadora local
3.2 O Desgaste do autoritarismo e a contextualização da retomada das greves
3.3 Os Espaços de Mobilização e os Movimentos com a Igreja
3.4 A esquerda dispersa e a matriz discursiva marxista-gramsciana
3.5 O boi não sabe a força que ele tem
3.6 Osasco: construindo militantes na luta
3.7 Contagem, outubro de 1968: a greve e o avanço do autoritarismo
3.8 A greve de outubro de 1968: considerações sobre a aliança operários/estudantes e o papel das organizações de esquerda
3.9 Das fábricas para as ruas, para todo mundo ver
3.10 As greves de 1978/1979 e os trabalhadores da Região Metropolitana de Belo Horizonte
Capítulo 4
A militância como experiência de vida e o trabalhador educador
4.1 Antecedentes da formação do Centro de Aperfeiçoamento do Trabalhador
4.2 O Grupo Mutirão
4.3 O Mutirão: organizar para fazer política
4.4 Classe trabalhadora e associativismo
4.5 A formação do Grupo na solidariedade, na cultura e na política
4.6 O Mutirão e a Pastoral Operária na luta para reconquistar o sindicato
Capítulo 5
As greves, a solidariedade, a educação: a prática dos militantes da formação operária
Capítulo 6
CAT e sua experiência de educação operária
6.1 Um lugar para viver numa área industrial
6.2 O bairro na fala dos moradores
6.3 Organização e mobilização
6.4 O Projeto Oficina-Escola
6.6 Escola profissional ou formação sindical
6.7 Identidade do CAT
6.8 O Estatuto da Oficina
6.9 As falas dos instrutores e o princípio educativo do trabalho
6.10 A visão dos educandos
6.11 A questão das relações com o bairro
6.12 Formas de institucionalização
6.13 O conhecimento dos moradores do bairro sobre o CAT
6.14 Avaliação
Capítulo 7
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