Organizadores: Dilene Raimundo do Nascimento, Marcos Roma Santa
ISBN: 978-85-8054-738-2
Páginas: 168
Publicação: 2025
Encadernação: Brochura
A área de estudos de História das Doenças ganha da pesquisadora Dilene Nascimento, uma das principais responsáveis pela sua consolidação no Brasil, este livro que já nasce como clássico. A parceria com Marcos Roma traz a consolidação na escrita de densos debates vividos por ambos nas últimas décadas.
Pensar a história das representações da peste bubônica, doença da qual derivam tantas representações que reificam, principalmente em processos epidêmicos, a noção de grande flagelo, sem dúvida nos ajuda na compreensão de como diferentes sociedades, em cada localidade e tempo histórico vivem e dão significado às enfermidades.
Os autores navegam por diferentes períodos e lugares – da Antiguidade clássica à virada do século XIX para o XX, passando pelos séculos XIV e XVII; da Grécia Antiga ao Rio de Janeiro, passando por Porto e Santos – nos mostrando como diferentes sujeitos e grupos sociais elaboraram sentidos para a peste. E como estes trazem necessariamente um conjunto complexo de relações sociais, culturais, econômicas etc. que vão constituir as representações das doenças. Nesse processo, concorrem e se mesclam significados que perpassam o tempo, como a própria representação da morte encapuzada empunhando uma foice pronta para ceifar vidas, e inovadoras contribuições científicas, como a descoberta do soro antipestoso.
É também variado o escopo de fontes históricas mobilizadas: as narrativas literárias de Homero, Boccacio e Defoe, guardadas suas especificidades; os documentos oficiais que permeiam as controvérsias científicas em torno da peste nos anos finais do século XIX; as charges de Agostini na imprensa do alvorecer do século XX. Esse conjunto, por si só apresenta caminhos metodológicos para futuros trabalhos na área.
Por fim, a obra parte da clássica proposição de Marc Bloch segundo a qual os questionamentos que provocam a produção do conhecimento histórico advém necessariamente das perguntas do presente. São as inquietações do contexto da pandemia de covid-19 que mobilizam os autores na investigação sobre as diferentes representações que as pessoas constroem para a peste ao longo do tempo.
Eliza da Silva Vianna
Professora EBTT do Instituto Federal de Alagoas/
Pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP
Sumário
Introdução
Capítulo 1 - Peste: as representações da Representação
Capítulo 2 - A construção da narrativa científica sobre a peste, no final do século XIX
Capítulo 3 - A peste aporta os portos
Capítulo 4 - Ângelo Agostini e a peste: a alfabetização pela doença
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